Exportações de MS atingem US$ 3,9 bilhões e batem recorde
A balança comercial sul-mato-grossense sentiu o baque da crise internacional em dezembro passado. As vendas externas cresceram apenas 3,55% em relação ao mesmo mês do ano anterior, de US$ 225,5 milhões para US$ 233,5 milhões. Já as compras dispararam no mês passado, com crescimento de 37%, de US$ 308,3 milhões para US$ 422,5 milhões. Além de refletir a valorização de 12% no dólar no ano passado, os números comprovam que os empresários estão importando mais produtos manufaturados.
Causas do recorde
Para o consutor em comércio exterior e professor da Uniderp Anhanguera, Aldo Barrigosse, a exportação sul-mato-grossense poderia ser ainda melhor. "O valor do dólar não ajudou nas exportações, que atingiram este nível muito pela valorização das commodities, como a soja, no mercado exterior", comentou. Outro fator que acabou prejudicando o Estado foi o recuo das compras da União Europeia, Rússia e dos países árabes. "Só a Europa caiu de 20% para 15% na participação das exportações", avaliou Barrigosse. A China continua sendo o maior comprador, com 20%.
"Houve crescimento dos dois lados. Em termos governamentais, quando a importação cresce, a arrecadação também cresce, tanto com impostos estaduais quanto federais. A exportação também foi positiva, e acaba gerando mais empregos e renda. Dessa forma segue um crescimento, digamos, sustentável", afirmou.
Já para o presidente do Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), Almir Dalpasquale, o valor ganho com a exportação do grão, que cresceu 33,6%, apesar da queda de 0,86% na quantidade exportada, reflete a quebra na safra e o aumento da demanda. "Em 2011 teve a seca que quebrou a safra americana, e o Brasil acabou ocupando este espaço, com o MS colocando o nome junto", afirmou.
A quantidade de açúcar exportado cresceu 61,5%, enquanto o faturamento subiu 114,69%. O mesmo ocorreu com a valorização do minério, que ampliou o faturamento em 109,5%, enquanto o volume teve aumento de 37%. A venda de carne bovina caiu 37%, mas o faturamento teve redução de 21,4% no ano passado.
Fonte: Correio do Estado