Vereadores contra CPI explicam motivos de votos
Sem questionamentos ou direito de resposta. Foi assim que aconteceu com os vereadores que decidiram pela não abertura da CPI na sessão ordinária ocorrida na quarta-feira (16) depois da votação na Câmara Municipal de Paranaíba.
Em consequência de denúncias da ONG (Organização Não Governamental) “Avança Paranaíba” sobre possível corrupção na Prefeitura Municipal, sendo apresentadas notas fiscais de pessoas físicas como prestadoras de serviços, que teriam características duvidosas, de acordo com alguns de seus membros, dentre eles um ex-funcionário da Prefeitura, Sérgio Mendes (responsável pela Tributação), o vereador Damião Martins Ferreira (PRTB) solicitou uma apuração pela Câmara Municipal, sendo esta negada.
Após votarem contra a abertura de uma CPI para investigação da Administração Pública, os vereadores Marcos Antônio Pereira Magalhães (PSDB), Maicol Henrique Queiroz (Maico Doido-PDT), Maria Eugênia Alves de Assis (DEM), Gerônimo Carlos da Silva (Geromão-PDT) e José Souto Silva (Zé Carioca-PSDB), foram sabatinados por parte da imprensa sem terem o direito de explicarem os motivos que os levaram a decisão.
A votação ocorreu da seguinte maneira: Os vereadores Marcos, Maicol, Geromão e Maria Eugênia levantaram em sinal de não aceitação da CPI e empatou com os votos a favor de Andrew Robalinho da Silva Filho (PMDB), Jalmir Batista Modesto (PMDB), Fredson Freitas (PSDB) e Damião Martins Ferreira (PRTB), cabendo ao presidente da casa de leis, Zé Carioca, desempatar, tendo ele decidido contra a abertura da CPI.
Encerrada a sessão, somente o presidente foi perguntado pelo seu voto de minerva, porém, os outros vereadores de maneira alguma foram procurados, fazendo com que a população ouvisse apenas o lado dos vereadores a favor da apuração. Um dia após a sessão, vereadores contra a decisão da maioria foram em veículos de comunicação e durante entrevista deixaram esclarecidos seus pensamentos de que os colegas vereadores votaram contra a abertura da CPI por interesse próprio. No entanto, não coube a eles ou a nenhum jornalista – que são pautados pela imparcialidade e verdade – procurar os outros vereadores para levantar os motivos de cada um.
Em nome de seus colegas vereadores, a vereadora Maria Eugênia, disse terem se sentido como deliquentes por terem sidos estampados na capa de um dos jornais impressos da cidade. E, principalmente, porque os conteúdos das matérias apresentavam-nos como adeptos a uma “corrupção” não confirmada. O que mais lhe chateou foi ter visto publicado comentários destemperados por parte da população que acessa a internet, mais precisamente a rede social Facebook. A vereadora explicou que o seu voto, assim como o voto de seus colegas vereadores, foi pensando no rumo tomado pela investigação já ocorrente. Segundo ela, votou contra, pois, o caso foi levado diretamente ao Ministério Público. A Câmara em momento algum foi procurada por membros da ONG para apurar responsabilidades. Somente após acionado o MP foi que os vereadores tomaram conhecimento da situação. Outro apontamento de sua decisão foi a falta de documentos para a apuração; os vereadores não receberam nenhuma nota ou documentos para serem estudados e avaliados antes do pedido da CPI, havendo apenas um breve esclarecimento de terem sidos entregues várias notas ao Ministério Público. “Se não tínhamos documentos para investigar, como é que iríamos abrir uma CPI? Se o MP foi procurado antes de nós foi porque eles [membros da ONG] não tinham o interesse de que a Casa de Leis apurasse”, disse.
Ainda de acordo com a vereadora, eleita como vereadora, o seu papel é sempre estar ao lado do povo e trabalhando pelo povo, mas cabe a ela e aos demais vereadores saberem ter conhecimento de causa para não prejudicar o município com decisões precipitadas.
Zé Carioca, o único questionado após a sessão por ser o presidente, explicou não haver necessidade de uma investigação pelos vereadores, pois a situação de notas já estava com o Ministério Público que apuraria se havia ou não irregularidades no Poder Executivo.
Os vereadores disseram aguardar pela investigação do Ministério Público e, assim como o Prefeito Municipal, esperam a decisão para a punição dos culpados, caso seja comprovada alguma irregularidade.
--
Redação